domingo, 25 de outubro de 2009

Cachorródromo




Eu fui pra São Paulo esse fim de semana.
São Paulo não é uma cidade muito legal para mim. Lá tem muito barulho de carros com suas buzinas estridentes, de músicas variadas, de pessoas.
Os cheiros das calçadas se misturam com a fumaça, ficando difícil decifrar o que se passou por ali.
Os cachorros vivem presos e eu posso ver da janela vários cachorros e gatos em vários andares de prédios vizinhos, todos presos olhando para o nada.
Eu os ouço latir e miar e corro pra janela. Pulo do sofá na janela e fico olhando pra baixo, tentando adivinhar o que está acontecendo. A janela tem redinha, e eu fico entre a rede e a janela pra não cair.
Na minha casa da praia tem uma portinha para mim, na porta, e eu posso entrar e sair por ela sempre que eu quiser, portanto, saio pra fazer xixi, saio pra latir, saio pra ver o passarinho que come a minha ração dentro do meu prato.
Em São Paulo não tem portinha. Tenho que ficar apertado esperando que me levem pra calçada fazer xixi.
Não posso pisar no elevador, não posso pisar no chão da entrada social, não posso latir, não posso fazer nada!
Mas São Paulo tem uma coisa que na praia não tem. Tem "cachorródromo" no Parque do Ibirapuera.
Desta vez eu encontrei o Joca, aquele Scottish preto igualzinho a mim. Sempre que a gente se encontra, senta e fica olhando um pro outro.
O Joca é um cara muito mal encarado. Com ele não tem papo nem cheirada. Se chegar perto tem briga feia. Então, ficamos apenas nos olhando enquanto nossos donos trocam informações inúteis, tipo, não existe fêmea da raça, eles são bravos,os pets não sabem lidar com eles, bla bla bla...
Passei pelo Joca e encontrei o Tobi. Tobi foi o 2º cachorro da minha raça que eu encontrei. Pro meu azar, outro macho.
O Tobi estava de lenço vermelho no pescoço. Muito chic, ele. Seu dono chegou com ele perto demais de mim e eu não gostei. Lati pra ele e ele parece que ele não gostou muito , não. Foi embora. Tchau, Tobi.
Entrei no cachorródromo...uau! Cheio de cachorros. Já entrei correndo sem coleira. Fico tão maluco que não sei nem em quem eu vou primeiro. Cheiro um, corro, cheiro outro e outro e outro e outro e outro e outro.
Dessa vez me dei mal. Tinha um Cocker bravo demais. Cheguei perto e ele me mordeu. Mordeu a barba e mordeu a perna. Caramba, que cachorro ridículo, pô.
Mas esqueci rapidinho e já fui provocar outros pra lá.
Aos poucos todos foram indo embora até que eu fiquei sozinho. Acho que espantei a roda, viu. Coisa esquisita...
Depois fui andar no Parque inteiro. Vi os cisnes, os patos, gente de bicicleta, de patinete, de skate, gente namorando, mulher com homem, homem com homem, mulher com mulher, vai entender esse povo!
Na saída conheci uma policial. Cara, nunca tinha conhecido uma fêmea da polícia. Ela ficou de olho em mim, tenho certeza! E como não dou mole, pulei na porta do carro dela só pra ela me ver de pertinho.
No final do passeio estava morto! Passei o resto do dia deitado.
Agora voltei pra praia. Vou dormir tranquilo, escutando os grilos.

Um comentário:

  1. Oi Ozzy, gostei do seu blog. Nunca fui a praia!! Olha vc precisa vir + a SP, eu frequento aquele cachorrodromo aos fins de semana. Pode me seguir.
    Lambidas, Oddie ;)

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